segunda-feira, 22 de abril de 2013

Quem é Eve Ensler?

Quem é Eve Ensler?



Nasceu em 25 de maio de 1953 em Scarsale, no estado de Nova York (EUA). Feminista, escritora e artista, Eve Ensler é uma das personalidades mais importantes do mundo do teatro e tem uma longa militância como uma ativista pelos direitos das mulheres. Sua obra mais importante, Os Monólogos da Vagina (premiado em 1997, o prestigiado prêmio Obie), foi traduzido para 48 idiomas e trouxe para o palco com grande sucesso em 120 países na Broadway (de estrelas como Susan Sarandon, Glenn Close, Melanie Griffith e Winona Ryder), Londres (Kate Winslet e Cate Blanchett), na Itália (entre outros por Lella Costa, Lucia potties, Lucrezia Lante della Rovere, Cenci Athina). A partir desse ato nasceu o movimento V-Day, movimento ativista global para acabar com a violência contra mulheres e meninas.
Ela se formou em Middlebury College, no ano de 1975, com uma tese sobre o suicídio na poesia contemporânea, foi uma forma de superar o trauma sofrido aos 10 anos por causa de abuso sexual e físico por parte de seu pai.

Casou-se em 1978 com Richard McDermott, de quem se divorciou em 1988. Mãe adotiva do ator Dylan McDermott, que ela adotou quando ele tinha 15 anos e ela tinha 23 anos. Bissexual declarada, Eve vive atualmente com seu parceiro Ariel Orr Jordan, que é também o seu psicoterapeuta em Nova York, onde ensina escrita dramática na Universidade de Nova York.
Em todas as suas obras, o autor oferece espaços valorizados e incomuns de maturidade e crescimento para a consciência feminina. Além disso, Ensler, em sua tentativa de levar as mulheres para uma nova descoberta de si mesmas, também se destina a orientar os homens para o respeito pelas mulheres
 
Originalmente publicado no Blog: Um Bilhão que se Ergue / http://www.blogger.com/profile/09994638705481041992

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Não dá mais pra segurar...




Poucas coisas me tiram a voz, verborrágica que sou. No entanto na semana que passou um episódio me fez a voz morrer na garganta, emudeci, tal foi o grau de assombro que a cena causou, sei que não fui a única a se sentir assim, muitas pessoas devem ter compartilhado do mesmo sentimento de indignação, revolta e impotência. A cena a que me refiro é do renomado artista Gerald Thomas enfiando a sua mão dentro do vestido de uma apresentadora de TV (aberta sic!) e submetendo a moça a tantos outros constrangimentos. Mas absurdo ainda foi as explicações da apresentadora: “por ele ser gay não dei importância”.

A que ponto chegamos? Não sou público do programa em questão, mas, já que o fato tomou relevância e foi divulgado em outros veículos, impossível foi não se estarrecer com ele. Recentemente a violência contra a mulher foi classificada pela ONU como uma pandemia, segundo o estudo divulgado na semana do dia 08 de março, sete em cada dez mulheres no mundo passarão por algum tipo de violência. O que nos revela, ou confirma o absurdo presenciado pela sociedade e que aparentemente não causou grandes constrangimentos, adormecidos que estamos por doses diárias desses absurdos.


Para Boaventura de Sousa: “para além de ocidental e capitalista, a ciência moderna é sexista. O binômio cultura/natureza pertence a uma longa família de dualismos em que podemos distinguir, entre outros, abstrato/concreto, espírito/corpo, sujeito/objeto, ideal/real. Todos estes dualismos são sexistas na medida em que, em cada um deles, o primeiro polo é considerado dominante, sendo ao mesmo tempo associado com o masculino.” Chegamos assim na visualização desse dualismo com os prejuízos sempre do lado inferir da polarização. O Gênero Feminino. 

O Brasil padece de uma esquizofrenia de modernidade, tem as leis mais humanistas e avançadas do mundo: Lei de Meio Ambiente, Lei Maria da Penha, Lei das Águas, Lei de Proteção à fauna. Mas a sua capacidade se esbarra na elaboração dos compêndios. Por outro lado, convivemos com a quase inexistência de aplicação dessas Leis, o que se vê, é: Descumprimento da Lei de meio ambiente; 7ª posição no ranking de países com maiores índices de homicídios femininos no mundo; tráfico de animais e extermínio de espécies, contaminação e mau uso da água, país afora, entre tantas outras situações. A impressão que se tem é que o Brasil esgota todos os seus esforços apenas na representação, na figuração: o culto do parecer, em detrimento do ser.

Pena, pena mesmo! Fico a pensar em nossas filhas, sobrinhas, irmãs, filhas das amigas e nos nossos filhos, também, que herdam uma nação que não respeita em plenitude os seus filhos, que não age para que se possa respeita-los e amá-los como devem ser amados. Quando me dei a escrever o protesto não parava de pensar na música do Gonzaguinha: “Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder / O que não dá mais pra ocultar e eu não posso mais calar (...) / Não dá mais pra segurar explode coração”.


*1 bilhão que Se Ergue – campanha.



Juliete Oliveira

Imagem: Shutterstock